A Thousand Years - Capítulo 01

 PILOTO
Tenho que ir e deixa-lo sozinho,mas sempre saiba,sempre saiba que eu te amo tanto -GoodBye




LOS ANGELES,CALIFÓRNIA


Hoje fazem exatamente quatro dias que fiz a ultima entrevista para ser adotada. Aquele casal de velhos pareceu gostar de mim,mais eu não tinha a minima intenção de morar com eles. Nada ia fazer sentido,eles eram velhos de mais,beiravam os oitenta anos. Se algo acontece com eles? eu teria que superar a morte mais uma vez e sabe-se la se eu estaria preparada para isso. A vida já me pregou muitas peças e,sinceramente,eu já não tinha mais esperanças de um futuro. Dificilmente sou vista fora do quarto,a luz do sol já é uma coisa rara pra mim. Nesse lugar sou rodeada por falsidade,pessoas cheias de esperanças em encontrar uma família,uma lar onde possam ser amadas,o que raramente acontece. Mas nem uma delas é diferente de mim,todas tem um passado sombrio do qual querem se livrar,todas perderam alguém que amam e não estão aqui porque querem. Mais se me perguntassem se eu quero sair,eu diria que não!


Eu rabiscava as folhas do meu diário em quando minhas lagrimas rolavam sem controle. Pousei a cabeça sobre a mesa tentando me livrar dos pensamentos. Ignorar o fato de não ter sido adotada por ninguém em quatro anos acabava comigo. Mais talvez o problema não fosse com eles,e sim comigo. Eu dou um jeito de afastar todo mundo,e eu me odeio por isso,mais não posso evitar. Talvez seja por isso que meu pai foi embora,talvez fosse por minha culpa. Minha mãe sempre ficava em casa,faltava ao trabalho só para poder cuidar de mim e me fazia esquecer a ausência do meu pai. Mais meu coração se partia a cada vez que eu a via chorando,sozinha em silencio,a noite depois que me colocava na cama. Ela sofria com o abandono muito mais do que eu. 

Eu cheguei aqui com doze anos,duas semanas apos o assassinato da minha mãe. Eu era uma criança com medo do mundo. Desde que cheguei nem uma das garotas quis falar comigo,e eu não entendia o porque,mais depois de alguns anos sendo ignorada me acostumei com a solidão. Ate encontrar Justin,sim o Bieber. Ele veio nos visitar no verão passado e a que mais conversou com ele fui eu,e eu nem o conhecia direito,nem mesmo fã das musicas dele eu era. Desde então ele nos visita sempre que pode. E eu,virei sua melhor amiga.


Ouvi passos no corredor e tratei de limpar o rosto. Já era a hora do jantar e todos estavam no refeitório. Todas comíamos la,e quem não estivesse,era obrigada a ir. Deduzi que sentiram minha falta.

- SeuNome,sei que está aí - disse Lucy
- Não estou,vá embora! - ordenei
- É hora do jantar,você tem que comer
- Não estou com fome
- SeuNome,você precisa descer. Os monitores vão vir atrás de você 
- Por favor,me deixa ficar - supliquei 

Ouvi ela suspirar alto atrás da porta,depois escorou o braço na mesma. Ela não iria sair dali.

- Sua carta chegou - sua voz era carregada de frustração,ela soltou um longo suspiro e prosseguiu - quer ver?

Eu já sabia a resposta. Me levantei e limpei mais uma vez o rosto com a manga do moletom. Abri a porta e encontrei o seu olhar triste

- Faz alguma diferença? - pergunto,ela nau responde - você leu?
- Sim,como sempre

Ela me entregou o papel e eu hesitei. Li poucas partes. A carta era como qualquer outra,eu já havia recebido milhares dessas. Eles agradeciam por eu ter sido simpática e prestativa mais não era oque procuravam. Não me surpreendia. Lucy me puxou pela mão e me deu um forte abraço.

- Eu sinto muito,SeuNome
- Não sinta
- Queria muito poder te tirar daqui,te dar um lar...
- Mas eu não preciso,vou ficar bem
- Ano que vem você vai fazer dezoito anos,vai ter que sair,onde vai viver?
- Eu sei me virar,Lucy,não se preocupe comigo. Já disse que vou ficar bem

Ela me olhou e acariciou minhas bochechas

- Tudo bem. Já que quer assim. Agora vamos,você precisa comer

Lucy é uma mulher incrível. Também perdeu os pais e foi criada aqui,mais quando atingiu dezoito anos preferiu não sair e escolheu trabalhar aqui. Esse é nosso destino. Quando completamos dezoito anos somos obrigadas a sair ou trabalhar aqui. Lucy cuidou de mim desde que cheguei e se tornou minha melhor amiga,minha protetora.

Depois do jantar,Lucy me avisou que tinha uma ligação. Subi as escadas na ponta dos dedos,saltitando pelo corredor. Eu sabia que ele ligaria. Me sentei na poltrona de couro e ao lado no criado mudo o telefone fora do gancho me esperava

- Alo
- Oh SeuNome,como é bom ouvir sua voz 
- Você diz isso como se fosse verdade - brinquei,ele riu
- Não estou mentido - ele soltou um suspiro - como você está?
- Estou bem


Ele ficou em silencio. Droga! Deixei escapar o cansaço na voz

- SeuNome,quantas vezes tenho que dizer para não mentir pra mim?
- Justin,só não queria que se preocupasse
- Sua entrevista não deu certo,não é?

Arfei

- Sim
- SeuNome,você sabe que tem que me contar tudo...
- Mais eu estou bem,ser rejeitada já virou rotina

Admiti a mim mesma,sussurrando a ultima palavra

- O pior é que desta vez eu achei que seria escolhida 
- Eu sinto muito,queria poder lhe tirar dai
- Justin,você já me explicou mil vezes porque não pode,já estou conformada. Só não alimente minhas esperanças 
- Okay,desculpe
- Como estão as coisas por ai?
- Estamos em Las Vegas,e está incrível. É tudo tão maravilhoso. Conhecer lugares novos...queria poder te levar comigo
- Justin...
- Tudo bem,desculpe. Hã...eu tenho que ir
- Tá bem
- Prometo ligar logo. Prometa que vai me esperar?
- Eu prometo - sorri
- Muito bem. Até breve
- Até 

Eu esperei ate que o telefone ficasse mudo. Me levantei e voltei com paços lentos para o quarto. Anna,minha colega de quarto estava esparramada na cama com vários livros em volta. Fechei a porta com cuidado para não perturba-la
e me deitei,apagando a luz do abajur. Rapidamente peguei no sono.

Eram pouco mais das quatro e meia da manha quando batidas surgiram atrás da porta. Ignorei-as. Eu tinha esperança de que a pessoa achasse que eu estivesse dormindo e fosse embora. Eu estava errada. As batidas ficaram mais fortes. Levantei a cabeça e olhei Anna que se remexia a acordava na cama.

- SeuNome! - gritou Lucy
- SeuNome,faça esse barulho parar - grunhiu Anna - eu quero dormir!
- Desculpe

Me levantei e abri a porta. Lucy tinha um papel nas mãos e um sorriso largo na face bonita.

- Lucy,oque há? Por que me acordou tão cedo para me entregar cartas?
- Não é qualquer carta
- Fale de um vez,mulher!
- Leia!

Ela me entrou o papel já aberto por quasa da curiosidade de Lucy. O papel era pardo e a letra perfeita,muito bem escrita estava:

Queria SeuNome
Talvez você não se lembre de mim. Sou aquele que viveu escondido por medo do que acharia de mim. Eu sou um covarde e não peço que me perdoe por isso. Mais estou aqui,me redimindo. Eu errei com você,SeuNome,mais principalmente com sua mãe. E eu sei que ela não iria querer que vivêssemos separados. Estou aqui com uma proposta,quero que passe a morar comigo por esse ultimo ano. Fui informado que você fará dezoito anos em breve e já será dona de si mesma e eu não conseguiria me perdoar se não participasse disso. Venha morar comigo,para que eu possa lhe recompensar de todos esses anos perdidos. Garanto que passáramos bons momentos juntos,e além do mais eu sou seu pai. Lhe explicarei melhor quando chegar aqui.Mais lembre-se,a escolha é totalmente sua.
Com amor
Seu pai

Eu quis rasgar aquele papel em mil pedaços. Eu quis chorar,gritar,mais fiquei ali,imóvel com o papel na mão. Lucy me olhou esperançosa e aos poucos seu sorriso desapareceu.

- SeuNome?
- Ele só pode estar de brincadeira 
- Do que está falando?
- Ele é louco,não vou morar com aquele homem!
- SeuNome! Para já com isso,ele é seu pai
- Não importa! Se ele pensa que pode fazer isso está muito enganado

Larguei o papel no chão e dei as costas para Lucy. Eu não sabia ao certo oque estava sentindo naquele momento,eu só desejava não ter lido aquilo. 

- Mais você vai sim!
- Lucy! - exclamei
- Pare de ser tola e pense,isso pode ser uma oportunidade para você
- Eu não quero oportunidade nem uma,me sinto bem aqui,não preciso dele
- SeuNome,pare! Pense! Seu pai é rico pode te dar um futuro
- Eu não quero nada que venha daquele homem!
- Você só está brava,você precisa pensar. Telefone pra ele,esclareça as coisas
- Eu não vou fazer nada
- SeuNome,é só por um ano. Como ele diz você pode ir embora quando fiz dezoito anos

Eu não conseguia pensar,estava consumida pela raiva. Mas por que isso? Por que ele resolveu falar comigo só agora? Oque ele quer com isso? Era muito coisa para minha cabeça,eu tinha que decidir. Devo ir,ou devo ficar?






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